segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Ferran Adrià: matar ou domar o monstro
Freud dissera (creio que citava Goethe, mas nunca localizei a referência) que, quando trouxéssemos à tona o monstro das profundezas (nas grandes revelações), não devíamos afugenta-lo sem antes conversar com ele.
Algumas situações da vida - ou do processo criativo, como transformação - são fortes demais, monstruosas. São difíceis de lidar a ponto de atordoar jovens criativos até a morte. Vimos ressurgirem os debates sobre isso agora, com a despedida de Amy Winehouse. Mas são bastante possíveis de lidar - e este é o equívoco quando se diz que Amy não tinha saída. Suportar grandes transformações faz parte do "gênio" criativo.
A (desnecessária) angústia de criar, diante do poder do "gênio", é tema da palestra de Elizabeth Gilbert (no post abaixo) e retorna no exemplo do mestre da gastronomia Ferran Adrià, que ontem - sem muita clareza de motivos para a imprensa - fechou as portas de seu restaurante na Cataluña, o ElBulli, há anos considerado o melhor restaurante do mundo, com chef mais inovador, pelas mais renomadas avaliações.
Ao contrário das especulações, diz ele, a casa não fecha por problemas financeiros. À imprensa, Ferran comenta: "Mi hermano Albert decía hay que matar al monstruo y yo le decía no, hay que domarlo".
ElBulli pára por dois anos para se tornar uma fundação de investimento e pesquisa em diversos campos da criatividade associados à gastronomia. A matéria do jornal El País traz em detalhes o projeto: http://www.elpais.com/articulo/cultura/elBullifoundation/sera/ecologico/tecnologico/elpten/20110125elpepucul_19/Tes
Para ler sobre a despedida do restaurante, na última noite de serviço, em 30 de julho:
http://www.elpais.com/articulo/cultura/luego/elBulli/elpten/20110730elpepucul_2/Tes
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário