sexta-feira, 3 de junho de 2011

Cenas do Iluminismo

O Renascimento ocidental, entre os séculos 15 e 17, fez a passagem do mundo feudal à modernidade, da sociedade de ordem coletiva à individual, que descobre os valores do homem.

Nesse trajeto, já no século 18 floresceu uma filosofia apoiada na razão, que percebeu o valor do pensamento rigoroso, quase matemático.

Os homens eram iguais na razão (daí os escritos contra o escravagismo começaram a ganhar a luz). Surgiam as primeiras declarações de direitos humanos.

Nossa ética passou a ter uma lógica em rede: “não fazer ao outro o que não quer que seja feito a si”. Por isso, o Estado ganhou leis escritas, fundadas na vontade geral, e três poderes que vigiassem uns aos outros – o Executivo, o Legislativo e o Judiciário – uma artimanha da razão para não deixar os homens tomarem decisões movidos por seus apetites pessoais.

Diderot e D’Alembert, na França, escreveram a primeira enciclopédia, ensinando ao público letrado as descobertas dos cientistas e o funcionamento das formidáveis máquinas que, a essa altura, a engenhosidade humana produzia. Era preciso deixar o povo letrado. Uma proposta de educação.

A razão é universal no homem, é o que faz com que possamos nos entender, dizia-se. Immanuel Kant então descreveu “O que é o Iluminismo?”

"O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutela que estes mesmos se impuseram. Tutelados são aqueles incapazes de fazer uso da própria razão sem a direção de outrem. É-se culpado da própria tutela quando ela não decorre de uma deficiência do entendimento, mas da falta de resolução e coragem para fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do Iluminismo"

Sapere aude! - Ouse saber!


Usar a razão para viver bem junto aos outros, e a ciência para construir sobre a natureza. A razão é fazer distinções, categorias, traçar linhas, procurar coerência, evitar cdições.

Nessa forma de modernidade, há sempre o Eu e o Outro, dentro e fora. O homem em oposição à natureza. Cada Estado e seus vizinhos. O corpo do homem e seus antígenos. A modernidade entende barreiras e defesas. Ela define normal e patológico.

A sociedade é pensada como contrato, por Jean-Jacques Rousseau ou Thomas Hobbes. As fronteiras como linhas de independência.

Essa nova organização olhava o futuro pensando em progresso. A tecnologia deveria aperfeiçoar nossa experiência no mundo. O melhor sempre estaria por vir. Abaixo as tradições. O que era antigo, era equívoco.


3 comentários:

  1. ......pensei que poderiamos criar alguma parte da exposicao que as pessoas pudessem interagir, tipo se pendurar para ver imagens ou, umas caixas grandes pintadas de branco para andar entre essas e sentir-se pequeno em comparacao ao universo tecnologico, sei la, algo assim.....

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  2. Até o momento, estou percebendo um que o foco maior a ser dado a proposta dos trabalhos é em relação a geração Y Isso procede? Estava pensando em fazer meu trabalho mais voltado para o Iluminismo, o que isso mudou e tem mudado nas nossas relações com o mundo. Esse pode ser um caminho possível?

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  3. Natalie, pode ser um caminho sim - o Iluminismo como racionalidade subjacente aos processos que nos trouxeram a esse ponto, é contemporâneo... Vai ser bom quando começarmos as reuniões em agosto!

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