Ele é frágil: cada gesto de design tem uma identidade permeável. O design é dependente. Design é gratidão e retribuição.
Para servir ao desejo, ele pede traduções e penetrações. Pede encontro. Une o Eu e o Outro, os opostos, as diferenças, as contradições. Ele faz sexo pelo mundo afora (obrigada aos amigos da Box por essa linda idéia). Cada design é design de outra área, a moda é gráfica, a gráfica é industrial, que é nanotecnologia, iluminação, música, arquitetura, engenharia espacial. Designer faz jornalismo, ação política, literatura, medicina, ambientalismo, urbanismo, arte - claro! - arte fundamental. O artista desenha o mundo íntimo que transforma o entorno.
O design dessa década, dessa geração, é um invasor dócil dos interstícios do mundo que já existia.
Design é hacker.
Design que não tem sede pelo novo - o novo pelo novo - mas com uma ânsia por um reposicionar novo, por agir de dentro, por mover a fronteira íntima das coisas, das sensações, da experiência, da liberdade, da facilidade - ao invés de querer lançar fronteiras de futuro que seriam, afinal, apenas mais do mesmo, do velho futurismo.
Um design que ama o passado tanto quanto o futuro. Design de preservação. De conexão. De aproximação. Até de transparência.
Um design amoroso, que faz pontes entre classes, instituições, idades, raças, sexos, nações. As nações vão precisar.
O design dessa década tem a cara da geração jovem, dos Millennials, e tem seu mesmo intuito: por uma dívida com a cultura e com o planeta, fazer a retribuição, um cuidado.
As imagens desse design são muito poucas, elas nem existem ainda.
Olhemos o mundo em volta. Nós somos todos muito jovens.
Obrigada à Escola Panamericana, aos alunos e professores, por estarmos juntos nessa.
Andréa Naccache
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